A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada pelo vírus da dengue, que pode se manifestar de forma leve ou grave. A gravidade depende de fatores como o tipo do vírus, infecções anteriores e condições pré-existentes, como diabetes, asma e anemia falciforme.
Microrganismo Envolvido
O vírus da dengue pertence à família dos flavivírus e é um arbovírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Existem quatro sorotipos conhecidos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.
Sintomas
Os sintomas incluem:
- Febre alta
- Dor de cabeça intensa
- Dores musculares e nas articulações
- Náuseas
- Aparecimento de manchas vermelhas na pele
- Sangramentos (nariz e gengivas)
- Dor abdominal intensa e vômitos persistentes (sinais de alarme para a dengue hemorrágica)
A dengue hemorrágica é uma forma grave da doença, podendo ser fatal. Ao surgirem os primeiros sintomas, é fundamental procurar orientação médica para diferenciar a dengue de outras doenças, como febre amarela e malária.
Sorotipos e Gravidade
- Todos os sorotipos podem causar formas assintomáticas, leves e graves da dengue.
- A segunda infecção por um sorotipo diferente tende a ser mais grave do que a primeira.
- Os sorotipos DENV-2 e DENV-3 são mais frequentemente associados a formas graves da doença.
Transmissão
A transmissão ocorre pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. A dengue não se transmite diretamente de pessoa para pessoa ou através de secreções corporais.
Tratamento
O tratamento baseia-se em cuidados de suporte, principalmente a hidratação adequada. A ingestão de líquidos, como água, soro caseiro e água de coco, é fundamental. Medicamentos à base de ácido acetilsalicílico, como a aspirina, devem ser evitados devido ao risco de hemorragias.
Em casos graves, a hospitalização pode ser necessária para reposição intravenosa de líquidos. Não existe um tratamento antiviral específico para a dengue, portanto, o manejo clínico visa controlar os sintomas e prevenir complicações.
Prevenção
A principal forma de prevenção é combater os focos de acúmulo de água que servem de criadouro para o mosquito. Algumas medidas importantes incluem:
- Eliminar recipientes que possam acumular água, como pneus, garrafas e vasos de plantas.
- Manter caixas d’água bem vedadas.
- Utilizar telas nas janelas e repelentes.
História da Dengue no Brasil
A primeira epidemia de dengue documentada no Brasil ocorreu em 1981-1982, em Boa Vista (RR). Desde então, a doença se tornou endêmica, com surtos regulares, especialmente durante os meses mais quentes e chuvosos (de outubro a maio).
Fatores como urbanização desordenada, falta de saneamento básico e mudanças climáticas contribuem para a propagação do mosquito Aedes aegypti e o aumento da transmissão da dengue.
Campanha de Prevenção e Vacinação
Em dezembro de 2023, o Brasil incorporou a vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS), tornando-se o primeiro país a oferecer o imunizante gratuitamente. A vacinação é uma importante ferramenta para reduzir a incidência de casos graves, porém, o controle do mosquito ainda é essencial para evitar epidemias.
Sinais de Alerta para Formas Graves
É importante ficar atento aos seguintes sinais de alerta que indicam a possibilidade de evolução para a forma grave da dengue:
- Dor abdominal intensa
- Vômitos persistentes
- Sangramentos
- Hipotensão (queda da pressão arterial)
- Letargia ou irritabilidade
Esses sintomas indicam o início da fase crítica da doença, que pode levar ao extravasamento de plasma e hemorragias graves, exigindo cuidados médicos imediatos.
Diagnóstico
O diagnóstico clínico é feito com base nos sintomas apresentados, especialmente em regiões endêmicas. Exames laboratoriais podem ser realizados para confirmar a infecção, como a detecção do vírus (até o 5º dia de sintomas) ou a pesquisa de anticorpos (após o 6º dia).
Conclusão
A dengue é uma doença que pode ser grave, mas a maioria dos casos pode ser tratada de forma eficaz com hidratação e cuidados médicos adequados. A prevenção é a principal arma contra a doença, com foco no controle do vetor e, agora, com o apoio da vacinação.
Principais Medidas Preventivas:
- Evitar o acúmulo de água parada.
- Manter recipientes vedados.
- Utilizar telas e repelentes.
- Vacinação para grupos elegíveis.