Um estudo da Universidade de Edimburgo, na Escócia, revelou que adultos de meia-idade com histórico de depressão têm risco significativamente maior de desenvolver múltiplas doenças crônicas ao longo da vida. A pesquisa, publicada no periódico científico Plos One, acompanhou dados de mais de 172 mil participantes do Biobanco britânico, analisando a associação entre depressão e a ocorrência de 69 problemas de saúde, incluindo doenças cardiovasculares, respiratórias, diabetes, artrite, entre outros.
Logo no início do acompanhamento, pessoas com diagnóstico de depressão já apresentavam, em média, três doenças crônicas — uma a mais do que os demais participantes. Ao longo de sete anos, o risco de surgimento de novas comorbidades entre quem já enfrentava quadros depressivos foi duas vezes maior, mesmo considerando outros fatores como sedentarismo ou tabagismo.
O levantamento reforça evidências de que a depressão exerce impactos diretos sobre diversos sistemas do organismo, afetando o cuidado com a saúde e a adesão a tratamentos. Alterações no sono, na alimentação e na disposição para manter hábitos saudáveis podem desencadear um efeito em cascata, agravando doenças existentes ou facilitando o surgimento de novas condições.
Diante desse cenário, o estudo destaca a importância de estratégias preventivas, triagem mais ativa e cuidados integrados para reduzir o impacto da depressão na saúde física, considerando que a coexistência de múltiplas doenças pode comprometer ainda mais a qualidade de vida dos pacientes.