A busca por aumentar a quantidade e a qualidade da produção de alho no Brasil tem sido constante, com um aumento expressivo de 52,4% na produção interna entre 2018 e 2023. Segundo dados do IBGE, a produção nacional passou de 118,8 mil toneladas em 2018 para 184,8 mil toneladas em 2023. No entanto, apesar desse avanço, o país ainda teve que importar mais de 119 mil toneladas de alho em 2023, principalmente da China, Argentina e Egito, para suprir a demanda interna.
Os três maiores estados produtores de alho no Brasil são Minas Gerais, responsável por 50,4% da produção nacional, seguido por Goiás com 30,4% e Rio Grande do Sul com 5,9%. O Alto Paranaíba, em Minas Gerais, concentra grande parte da produção do estado, sendo uma das regiões de maior destaque no cultivo do alho.
Um estudo realizado na zona rural do município de São Gotardo, em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), investigou formas de mitigar os efeitos de viroses que afetam o alho, podendo causar perdas de até 50% na produção. A pesquisa utilizou fungicidas como Cabrio® Top e Orkestra® SC, aplicados de diversas maneiras, tanto no solo quanto nas folhas das plantas, para combater infecções virais transmitidas por sementes infectadas e vetores como afídeos.
A presença de viroses, como as do gênero Carlavirus e Potyvirus, foi confirmada em todas as plantas estudadas, mostrando que as infecções continuam sendo um desafio para os produtores da região. O estudo também apontou que a aplicação dos fungicidas testados apresentou resultados promissores na melhoria da produtividade, sendo uma ferramenta útil para os agricultores lidarem com esses patógenos.
O clima da região de São Gotardo, caracterizado como tropical com invernos secos, é favorável para o cultivo de alho. No entanto, a dependência de sementes sadias e a constante ameaça das viroses exigem que os produtores locais estejam sempre atentos a novas técnicas e produtos que possam auxiliar no combate a esses problemas, garantindo assim uma produção mais estável e de qualidade.
Esse tipo de estudo é crucial para o desenvolvimento de técnicas que possam fortalecer a produção nacional e reduzir a necessidade de importação, promovendo uma maior autossuficiência no mercado brasileiro de alho.