Medida tem vigência de 180 dias e autoriza entrada forçada em imóveis para ações de combate ao Aedes aegypti
Diante do aumento expressivo no número de casos de arboviroses – doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue e chikungunya – a Prefeitura de Uberlândia declarou situação de emergência na saúde pública. O decreto foi publicado em edição suplementar do Diário Oficial do Município (DOM) nesta quarta-feira (26) e terá vigência de 180 dias, podendo ser prorrogado caso a situação epidemiológica persista.
A decisão segue os critérios estabelecidos pelo Plano de Contingência da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, que prevê medidas para conter surtos e evitar o colapso do sistema de atendimento.
Ações emergenciais
Com a publicação do decreto, o município poderá adotar diversas ações para enfrentar a crise sanitária, incluindo:
– Contratação emergencial de profissionais de saúde, especialmente agentes de controle de endemias.
– Aquisição acelerada de insumos e materiais para reforçar o combate ao mosquito transmissor.
– Entrada forçada em imóveis públicos e particulares, com apoio da autoridade policial, nos casos de recusa de acesso ou abandono do imóvel, para eliminação de criadouros.
Além disso, a Prefeitura seguirá as diretrizes do Plano de Contingência, que divide as ações em quatro níveis de resposta. A atual situação de emergência é o nível mais alto do plano e inclui medidas como a ampliação das salas de hidratação para evitar complicações e internações, intensificação do uso de inseticidas nas vias públicas e reforço da conscientização da população sobre o uso de repelentes e telas de proteção.
Cenário epidemiológico
Atualmente, Uberlândia registra 3.800 casos confirmados de dengue e 2.241 de chikungunya. Seis óbitos por dengue estão sob investigação, enquanto outros dois já foram confirmados.
Outro dado preocupante é o aumento dos casos de dengue com sinais de alarme, que indicam risco de agravamento do quadro clínico dos pacientes. Em 2023, apenas 1,6% dos casos evoluíram para essa condição. Em 2024, o percentual subiu para 3,1%. Já em 2025, o índice saltou para 8,9%, evidenciando um agravamento da doença na cidade.
A Secretaria de Saúde reforça o pedido para que a população colabore eliminando possíveis criadouros do mosquito e adotando medidas de proteção individual. O combate ao Aedes aegypti depende da atuação conjunta do poder público e da sociedade para evitar que o surto se agrave ainda mais.