Diabetes

Diabetes
Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica caracterizada por hiperglicemia, ou seja, altos níveis de glicose no sangue. A glicose é a principal fonte de energia para o corpo e é regulada pela insulina, um hormônio produzido no pâncreas pelas células beta. A deficiência na produção de insulina ou na sua ação resulta no acúmulo de glicose no sangue, levando ao diabetes.

Classificação do Diabetes

1. Diabetes Tipo 1 (DM1)

O DM1 é causado pela destruição autoimune das células beta do pâncreas, que produzem insulina. Isso leva à deficiência de insulina, e pode ser identificado pela presença de anticorpos no sangue, como ICA, IAAs, GAD e IA-2, presentes em cerca de 85-90% dos casos no diagnóstico.

  • Incidência: Comum em crianças e adultos jovens, mas pode ocorrer em qualquer idade.
  • Sintomas: Início rápido, com sede intensa, fome excessiva, aumento na frequência urinária, perda de peso, cansaço e fraqueza. Se não tratado rapidamente, pode levar à Cetoacidose Diabética, uma condição grave que requer hospitalização.

2. Diabetes Tipo 2 (DM2)

O DM2 é o mais comum, representando cerca de 90% dos casos. Os pacientes produzem insulina, mas sua ação é comprometida devido à resistência à insulina. Com o tempo, o pâncreas não consegue produzir insulina suficiente para manter os níveis de glicose normais, levando ao diabetes.

  • Incidência: Afeta principalmente adultos, especialmente após os 50 anos, mas está se tornando mais comum em jovens devido à obesidade e falta de atividade física.
  • Sintomas: Evolução mais lenta, com sede, aumento da frequência urinária, dores nas pernas, alterações visuais e outros. Pode evoluir para complicações graves se não for tratado.

3. Diabetes Gestacional

Ocorre durante a gravidez, especialmente no terceiro trimestre, e pode ser transitório ou permanente. Mulheres com histórico de diabetes gestacional, obesidade ou hipertensão têm maior risco. Após o parto, a mãe deve ser acompanhada, pois há risco de desenvolver diabetes permanente.

4. Outros Tipos de Diabetes

Esses são mais raros e incluem:

  • Defeitos genéticos na função das células beta (MODY).
  • Doenças pancreáticas, como pancreatite ou tumores.
  • Outras doenças endócrinas, como Síndrome de Cushing e hipertireoidismo.
  • Uso de medicamentos, como corticoides.

Diagnóstico do Diabetes

O diagnóstico laboratorial pode ser feito de três formas:

  1. Glicemia de jejum > 126 mg/dl (jejum de 8 horas).
  2. Glicemia casual > 200 mg/dl com sintomas característicos de diabetes.
  3. Glicemia > 200 mg/dl duas horas após sobrecarga de glicose.

Pessoas com glicemia de jejum entre 110-126 mg/dl ou glicemia pós-sobrecarga entre 140-200 mg/dl são consideradas em risco de desenvolver diabetes e devem ser monitoradas.

Complicações Crônicas

Diabetes mal controlado pode causar complicações graves ao longo do tempo, como:

  • Retinopatia diabética: Afeta os olhos e pode levar à perda de visão.
  • Nefropatia diabética: Danos aos rins, que podem evoluir para insuficiência renal.
  • Neuropatia diabética: Dano aos nervos, causando dor, formigamento e perda de sensibilidade, especialmente nos pés.
  • Pé diabético: Feridas nos pés que podem levar à amputação.
  • Doenças cardiovasculares: O risco de infarto e acidente vascular cerebral é maior em pessoas com diabetes.

Prevenção e Controle

Medidas preventivas incluem manter um peso saudável, praticar atividade física regular, evitar o tabagismo e controlar a pressão arterial. Para pessoas com diabetes, o acompanhamento médico regular é crucial para prevenir complicações.

Tratamento

O tratamento pode envolver:

  • Mudanças no estilo de vida, como dieta equilibrada e prática de exercícios.
  • Uso de medicamentos orais ou insulina.
  • Automonitoramento dos níveis de glicose com glicosímetros.

Manter o controle rigoroso da glicose pode prevenir complicações a longo prazo, e a automonitorização ajuda o paciente a ajustar o tratamento conforme necessário.

Acompanhamento Médico

Consultas regulares com um endocrinologista são essenciais para o controle do diabetes. O médico poderá ajustar o tratamento, solicitar exames periódicos (como glicemia, hemoglobina glicada, função renal, perfil lipídico) e fornecer orientações nutricionais e sobre o uso de medicamentos.

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