A difteria é uma doença infecciosa transmissível causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae. Ela afeta principalmente as vias respiratórias superiores, como amígdalas, faringe, laringe e nariz, podendo, em casos mais graves, atingir outras partes do corpo, como pele e mucosas.
Sintomas e Sinais
O principal sintoma da difteria é o surgimento de placas acinzentadas nas amígdalas e regiões próximas. Esses sintomas podem levar à dificuldade de respirar, especialmente se as placas crescerem ou se localizarem na laringe. Em casos mais graves, a doença pode provocar inchaço no pescoço e aumento dos linfonodos (gânglios) da região. Outros sintomas incluem:
- Dor de garganta leve
- Febre baixa
- Palidez
- Mal-estar geral
- Dificuldade respiratória (em casos graves)
- Membranas grossas e acinzentadas cobrindo a garganta e as amígdalas
Transmissão
A transmissão da difteria ocorre por meio de gotículas respiratórias que são expelidas por tosse, espirro ou ao falar, sendo especialmente facilitada em ambientes fechados e aglomerados, comuns em meses frios. Além da via respiratória, a bactéria pode ser transmitida por contato com lesões de pele infectadas ou através de objetos contaminados. O período de incubação varia de 1 a 6 dias, e a transmissibilidade pode durar até duas semanas após o início dos sintomas.
Diagnóstico
O diagnóstico clínico é baseado nos sintomas e na presença de placas características nas vias respiratórias. A confirmação é feita através da coleta de secreções para cultura, que identifica a presença da C. diphtheriae.
Complicações
Se não tratada, a difteria pode causar complicações graves, como:
- Insuficiência respiratória (devido à obstrução causada pelas placas)
- Miocardite (inflamação do músculo cardíaco)
- Problemas neurológicos, como paralisia
- Insuficiência renal
Prevenção
A vacinação é a medida preventiva mais eficaz contra a difteria. A vacina tríplice bacteriana (DTP), que protege contra difteria, tétano e coqueluche, reduziu drasticamente o número de casos. O esquema de vacinação para crianças inclui a vacina Penta, que é administrada em várias doses a partir dos 2 meses de idade, com reforços ao longo da infância. Adolescentes e adultos devem manter a vacinação atualizada com doses de reforço.
Tratamento
O tratamento da difteria é feito com o uso de soro antidiftérico para neutralizar as toxinas produzidas pela bactéria. Esse soro deve ser administrado o mais cedo possível. Além disso, o uso de antibióticos, como penicilina ou eritromicina, é recomendado para erradicar a infecção e prevenir a transmissão.
Fatores de Risco
A doença é mais comum em regiões com condições sanitárias precárias e baixas taxas de vacinação. Pessoas que não foram vacinadas, especialmente aquelas em áreas de maior aglomeração ou em regiões onde a difteria é endêmica, estão em maior risco.
Cenário Atual
Atualmente, a difteria é rara em países que possuem alta cobertura vacinal, como o Brasil, onde a vacinação reduziu drasticamente a incidência. No entanto, a doença ainda é endêmica em algumas regiões da Ásia, África, América Latina e Caribe, o que representa um risco para viajantes não vacinados. Em surtos recentes em países como Indonésia, Tailândia e Sudão, a difteria voltou a ser motivo de preocupação.
Conclusão
A difteria é uma doença séria, com complicações potencialmente fatais, mas que pode ser evitada com a vacinação adequada. O controle da doença depende da manutenção de altos níveis de cobertura vacinal e da rápida resposta a surtos, com tratamento adequado para reduzir a transmissão e as complicações.