Doença Celíaca

Doença Celíaca

A Doença Celíaca é uma doença autoimune provocada pela intolerância ao glúten, uma proteína encontrada em diversos cereais, como trigo, aveia, cevada e centeio, bem como em seus derivados. Essa condição resulta em uma resposta imune que danifica a mucosa do intestino delgado, comprometendo a absorção de nutrientes, vitaminas, sais minerais e água.

Causas e Fisiopatologia

  • Causa: A ingestão de glúten em indivíduos geneticamente predispostos desencadeia uma reação autoimune, levando à inflamação das células intestinais.
  • Fisiopatologia: A inflamação danifica as vilosidades intestinais, que são responsáveis pela absorção de nutrientes. Isso pode resultar em má absorção e, consequentemente, em desnutrição.

Sintomas

Os sintomas da Doença Celíaca podem variar amplamente e podem aparecer em diferentes idades. Os sinais mais comuns incluem:

  1. Sintomas Gastrointestinais:
    • Diarreia crônica ou prisão de ventre
    • Dor abdominal
    • Inchaço e distensão abdominal
    • Náuseas e vômitos
  2. Sintomas Sistêmicos:
    • Baixa absorção de nutrientes
    • Falta de apetite
    • Perda de peso e desnutrição
    • Anemia (especialmente anemia ferropriva)
    • Osteoporose
    • Fadiga e apatia
  3. Outros Sintomas:
    • Problemas dentários (alterações do esmalte dental)
    • Infertilidade ou abortos de repetição
    • Sintomas extraintestinais, como erupções cutâneas.

Os sintomas podem se manifestar na infância (entre 6 meses a 2 anos e meio) ou na fase adulta, dependendo da exposição ao glúten e da predisposição genética.

Diagnóstico

O diagnóstico da Doença Celíaca é feito por meio de uma combinação de avaliações:

  1. Exame Clínico: O médico analisará os sintomas e a história clínica do paciente.
  2. Exames Sorológicos: Testes de sangue para detectar anticorpos relacionados à doença celíaca, como anticorpos anti-transglutaminase tecidual (tTG-IgA).
  3. Biópsia Intestinal: Realizada por endoscopia para observar danos nas vilosidades intestinais.
  4. Dieta Restritiva: Em alguns casos, pode ser necessária uma dieta sem glúten por um período para observar a resposta do organismo.

Tratamento

O tratamento da Doença Celíaca é baseado na dieta rigorosamente sem glúten, que deve ser seguida por toda a vida. Isso envolve a eliminação de alimentos que contêm trigo, centeio, cevada e aveia, bem como produtos industrializados que possam ter glúten como aditivo.

Considerações sobre a dieta:

  • Substituições: Produtos como fécula de batata, farinha de milho, amido de milho, polvilho, farinha de arroz, entre outros, podem ser utilizados como alternativas ao glúten.
  • Contaminação Cruzada: Deve-se tomar cuidado para evitar a contaminação cruzada em utensílios e superfícies que entraram em contato com glúten. Isso pode ocorrer em cozinhas não especializadas e é crucial para evitar a exposição.

Observações Importantes

  • Legislação: A Lei nº 10.674/2003 exige que todos os alimentos industrializados informem a presença ou ausência de glúten em seus rótulos.
  • Atenção Multidisciplinar: A gestão da Doença Celíaca deve envolver uma equipe de saúde multidisciplinar para oferecer suporte nutricional e psicológico aos pacientes.
  • Monitoramento: É importante monitorar a saúde do paciente, pois há risco aumentado de câncer intestinal e outras complicações, como a osteoporose e infertilidade.

Conclusão

A Doença Celíaca é uma condição crônica que exige vigilância e disciplina em relação à dieta. O suporte adequado e a conscientização sobre a doença são fundamentais para a qualidade de vida dos pacientes. A educação sobre os riscos de contaminação e a adesão a uma dieta sem glúten são essenciais para evitar complicações e garantir uma vida saudável.

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