Dor crônica

Dor crônica

A dor crônica é uma condição que persiste ou recorre por mais de 3 meses, podendo continuar por mais de 1 mês após a resolução de uma lesão tecidual aguda ou acompanhar uma lesão que não se cura. Essa dor pode ter diversas causas, incluindo doenças crônicas (como câncer, artrite e diabetes), lesões (como hérnia de disco ou ligamento rompido) e várias condições primárias (como dor neuropática, fibromialgia e cefaleia crônica).

Fisiopatologia

A dor crônica pode ser resultante de condições duradouras que produzem estímulos nociceptivos (dor) ou neuropáticos contínuos, levando a alterações a longo prazo no sistema nervoso, um processo chamado sensibilização. A sensibilização pode ocorrer tanto em receptores periféricos quanto no córtex cerebral, resultando em dor persistente na ausência de estímulo nociceptivo contínuo.

Causas

As causas da dor crônica incluem:

  • Doenças crônicas: câncer, artrite reumatoide.
  • Lesões: hérnia de disco, ligamentos rompidos.
  • Condições primárias: dor neuropática, fibromialgia, cefaleia crônica.
  • Fatores psicológicos: podem intensificar a dor e dificultar o tratamento, levando a problemas como depressão e ansiedade.

Sinais e Sintomas

A dor crônica pode provocar sinais vegetativos, incluindo:

  • Cansaço.
  • Distúrbios do sono.
  • Diminuição do apetite.
  • Perda de peso.
  • Diminuição da libido.
  • Constipação intestinal.

Além disso, a dor constante pode causar depressão e ansiedade, interferindo em atividades diárias e levando à inatividade social.

Diagnóstico

O diagnóstico envolve:

  1. Avaliação física: inicialmente para identificar a causa física da dor.
  2. Avaliação da dor: considerar a etiologia e caracterizar a dor para possível diagnóstico.
  3. Avaliação psicológica: pode ser necessária se houver suspeita de um transtorno psiquiátrico que contribua para a dor.
  4. Não realizar testes repetitivos na ausência de novos achados; o foco deve ser o alívio da dor e a restauração da função.

Tratamento da Dor Crônica

Um tratamento multimodal é geralmente necessário, incluindo:

  • Fármacos:
    • Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
    • Analgésicos opioides: úteis para dor relacionada a câncer ou doenças terminais, mas o uso a longo prazo para dor não terminal é controverso.
    • Analgésicos adjuvantes: antidepressivos ou anticonvulsivantes.
  • Métodos físicos: fisioterapia, terapia ocupacional e estimulação elétrica.
  • Terapias psicológicas: terapia cognitivo-comportamental, relaxamento e técnicas de distração.
  • Programas de reabilitação da dor: abordagens multidisciplinares que incluem educação, terapia e simplificação do regime medicamentoso.

Considerações ao Prescrever Opioides

  • Avaliar os padrões de tratamento convencional.
  • Identificar riscos de uso indevido e comportamentos aberrantes.
  • Usar opioides de liberação imediata em vez de de ação prolongada.
  • Limitar a dosagem e monitorar regularmente o uso.

Fibromialgia

A fibromialgia é uma das síndromes de dor crônica mais comuns, afetando principalmente mulheres, mas cada vez mais homens estão sendo diagnosticados. Sua fisiopatologia é desconhecida, mas pode envolver uma síndrome de sensibilização central. O diagnóstico é clínico e se baseia em critérios específicos, sem testes diagnósticos confirmatórios.

Conclusão

A dor crônica é uma condição complexa que requer uma abordagem abrangente para o tratamento. O tratamento eficaz deve considerar não apenas a dor em si, mas também o impacto psicológico e social que ela pode ter sobre os pacientes. Programas de reabilitação, tratamentos multidisciplinares e suporte psicológico são fundamentais para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com dor crônica.

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