A licença de 120 dias do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chega ao fim neste domingo, 20 de julho. Caso não retorne dos Estados Unidos, onde está desde março, o parlamentar passará a acumular faltas não justificadas na Câmara dos Deputados — o que pode comprometer seu mandato.
O afastamento foi concedido por “interesses pessoais”, com dois dias adicionais para “tratamento de saúde”. Em entrevista à CNN, Eduardo afirmou estar disposto a “sacrificar o mandato” para permanecer nos EUA e seguir atuando politicamente. Segundo ele, não há “clima” para retornar ao Brasil, diante da possibilidade de prisão.
O deputado é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por articulações políticas em solo americano, nas quais teria buscado apoio do governo de Donald Trump para pressionar autoridades brasileiras, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, por uma possível anistia ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Apesar de o Congresso estar em recesso até 4 de agosto, a Constituição determina que um parlamentar não pode faltar a mais de um terço das sessões sem justificativa, sob pena de perder o mandato. Esse foi o mesmo artigo usado na cassação de Chiquinho Brazão.
Caso não retorne, o suplente Missionário José Olímpio (PL-SP), que já ocupa temporariamente o cargo, pode ser efetivado. Ligado à Igreja Mundial do Poder de Deus, ele declarou que seguirá com as pautas do clã Bolsonaro, afirmando ter “amizade próxima com a família”.
Na última sexta-feira (18), após a imposição de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Bolsonaro e a proibição de contato com Eduardo, Jair declarou que o filho “não deve voltar” ao Brasil. Segundo ele, Eduardo pode buscar a cidadania americana: “Ele fala inglês, espanhol, árabe e tem bom relacionamento com o governo americano. Não volta enquanto Moraes puder prender quem quiser”, afirmou.