Produtores reagem à isenção da tarifa de importação do café

Produtores reagem à isenção da tarifa de importação

O anúncio do Governo Federal sobre a zeragem da tarifa de importação do café gerou grande repercussão no setor cafeeiro brasileiro, especialmente entre pequenos e médios produtores. A medida faz parte de um pacote econômico que visa conter a inflação dos alimentos e reduzir o custo de produtos essenciais para o consumidor final. No entanto, produtores e entidades do setor alertam para os impactos negativos dessa decisão.

O que muda com a isenção da tarifa?

Até então, o café importado pagava uma alíquota de 9% sobre o valor de importação. Com a nova medida, esse imposto foi reduzido a zero, facilitando a entrada de café estrangeiro no mercado brasileiro. Além do café, outros produtos tiveram a tarifa de importação zerada, conforme a tabela abaixo:

Produto Alíquota anterior Nova alíquota
Carne 10,8% Zero
Café 9% Zero
Açúcar 14% Zero
Milho 7,2% Zero
Óleo de girassol 9% Zero
Azeite 9% Zero
Sardinha 32% Zero
Biscoitos 16,2% Zero
Massas alimentícias 14,4% Zero
Óleo de palma Cota: 65 mil toneladas Cota: 150 mil toneladas

O anúncio foi feito pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, acompanhado dos ministros da Agricultura, Desenvolvimento Agrário, Casa Civil e Secom. Segundo o governo, a decisão tem como objetivo aliviar o impacto da inflação e garantir maior oferta desses produtos no mercado interno.

Reação do setor cafeeiro

Apesar da justificativa oficial, a isenção da tarifa gerou preocupação entre os produtores de café do Brasil. As principais questões levantadas pelo setor incluem:

Concorrência com cafés estrangeiros – A medida favorece a entrada de grãos de países com custos de produção mais baixos e regulamentações ambientais e trabalhistas menos rígidas, colocando o café brasileiro em desvantagem.

Impacto nos preços – Com maior disponibilidade de café importado, os preços do café nacional podem cair, tornando mais difícil para os produtores cobrir seus custos e manter a rentabilidade.

Sustentabilidade ameaçada – O Brasil tem padrões elevados de produção sustentável. A importação de café com critérios menos rigorosos pode afetar a imagem e a valorização do produto nacional.

Falta de previsibilidade – O governo não especificou por quanto tempo a isenção da tarifa permanecerá em vigor, o que gera incerteza para o planejamento dos produtores e da indústria cafeeira.

Entidades do setor, como cooperativas e associações de cafeicultores, afirmaram que estão acompanhando a situação e buscarão diálogo com o governo para garantir que a produção nacional não seja prejudicada.

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