PT vê movimento no Congresso como ameaça à reeleição de Lula e prepara ofensiva política

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PT vê movimento no Congresso como ameaça à reeleição de Lula e prepara ofensiva política
Foto: (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Diante de recentes derrotas no Congresso, a cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) avalia que o Palácio do Planalto enfrenta um cenário de desgaste institucional que pode ameaçar o projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O principal foco de tensão é a derrubada do reajuste do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), manobra interpretada como articulada pelos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Segundo líderes petistas, a decisão de suspender o decreto que aumentava o IOF deve comprometer programas sociais estratégicos para a base eleitoral do governo. Além disso, a medida ocorre em um momento delicado, marcado por alta na conta de energia e cortes em benefícios, fatores que podem ter impacto direto na popularidade do presidente.

Fontes próximas ao Planalto afirmam que a derrubada do IOF foi vista como uma ofensiva política deliberada para enfraquecer Lula e pressionar mudanças ministeriais — em especial, a saída do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Nos bastidores, articuladores do governo criticam o fato de a pauta ter avançado sem diálogo prévio, apontando quebra de acordos que vinham sendo respeitados até mesmo em momentos de crise com ex-presidentes da Câmara, como Arthur Lira (PP-AL).

A irritação no Planalto é tamanha que lideranças do PT já admitem a necessidade de um embate mais direto com o Congresso, inclusive na opinião pública. A avaliação é de que o governo não pode abrir mão de prerrogativas do Executivo, como o ajuste de alíquotas do IOF, sob pena de ver sua capacidade de governar esvaziada. Nesse contexto, a judicialização do caso no Supremo Tribunal Federal (STF) é considerada um caminho sem volta — o PSOL já acionou a Corte para contestar a derrubada do decreto.

Para tentar reverter o desgaste, o PT planeja retomar temas de forte apelo popular no Parlamento e nas redes sociais. Entre as frentes prioritárias estão a taxação de grandes fortunas, a tributação de apostas esportivas (bets) e campanhas para expor a alta da energia como responsabilidade do Centrão, bloco que controla a maioria no Congresso.

Por outro lado, parlamentares aliados a Motta e Alcolumbre admitem que a relação entre Congresso e Executivo está, no mínimo, arranhada. A manobra que resultou na derrubada do IOF, segundo fontes, deixou evidente a deterioração do diálogo político, algo que poderá impactar novas votações importantes. Parte do Centrão teme que a escalada de tensões acabe envolvendo novamente o STF, como ocorreu em crises anteriores que travaram emendas parlamentares por decisão da Suprema Corte.

Enquanto isso, Lula, que tentou evitar confrontos diretos no início de seu terceiro mandato, sinaliza agora que não hesitará em partir para o embate público para conter o que avalia como tentativas de esvaziamento de poder do Executivo. Nos bastidores, o recado é claro: sem recomposição da correlação de forças, não há negociação possível.

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