A Terra deve girar mais rápido a partir desta quarta-feira (9), marcando o dia mais curto já registrado desde o início das medições modernas. De acordo com dados do Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (IERS) e do Observatório Naval dos Estados Unidos, o fenômeno deve se repetir ainda em 22 de julho e 5 de agosto, quando a rotação do planeta deverá ser finalizada em até 1,5 milissegundo a menos que o padrão de 24 horas.
Apesar de parecer insignificante, esse tipo de diferença é relevante para estudos de geociências e para a manutenção precisa do Tempo Universal Coordenado (UTC), padrão que regula desde sistemas de GPS até redes de comunicação.
Em condições normais, a Terra completa uma volta em torno de seu próprio eixo em aproximadamente 86.400 segundos. Mas fatores naturais, como a posição da Lua em relação ao Equador, o movimento do núcleo interno da Terra, as correntes oceânicas e até a circulação da atmosfera podem acelerar ou desacelerar esse ritmo.
Segundo especialistas, o principal fator para o encurtamento registrado agora é a posição da Lua. Quando o satélite natural está em sua maior distância em relação à Linha do Equador — como ocorre neste mês — a atração gravitacional altera levemente o eixo de rotação do planeta, encurtando o tempo que leva para completar uma volta.
Não é a primeira vez que o fenômeno chama atenção. O dia mais curto da história recente foi em 5 de julho de 2024, quando a Terra completou sua rotação com 1,66 milissegundo a menos do que o padrão. Desde 2020, medições com relógios atômicos — os mais precisos do mundo — vêm mostrando que o planeta vem, de forma geral, girando ligeiramente mais rápido.
Para a população, o impacto é praticamente imperceptível. No entanto, cientistas acompanham de perto essas variações porque, em longo prazo, podem influenciar decisões sobre a necessidade de ajustes nos “segundos bissextos”, correções adicionadas ou retiradas do UTC para garantir sincronia entre o tempo astronômico e o tempo oficial.