Líder religioso preso por suspeita de abusar de dezenas de crianças em Minas Gerais

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou na manhã desta quarta-feira (23) uma operação que culminou na prisão de um líder religioso de 77 anos, suspeito de abusar sexualmente de cerca de 50 crianças com idades entre 3 e 11 anos. As investigações apontam que os crimes ocorreram ao longo de décadas, desde os anos 1980, na cidade de Tiros, no Alto Paranaíba.

O homem foi preso em sua residência, localizada no bairro Samambaia IV, em Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A prisão preventiva foi decretada pela Justiça após denúncias de abusos, a primeira delas registrada em 2016. Na ocasião, uma criança de 4 anos relatou ter sido vítima durante uma festa em um sítio na zona rural de Tiros, onde o suspeito organizava excursões com crianças.

Natural de São Gotardo, Minas Gerais, o suspeito atuava como líder religioso há décadas e, segundo as investigações, aproveitou-se de sua posição de confiança para cometer os crimes.

Investigações e denúncias

Com o avanço das investigações, a PCMG identificou outras possíveis vítimas e coletou diversos relatos de abusos ocorridos em diferentes locais, incluindo o sítio em Tiros, uma escola infantil onde o suspeito era diretor e a Paróquia Nossa Senhora Medianeira e Santa Luzia, na Região Leste de Belo Horizonte.

Além das denúncias recentes, a polícia também apura casos mais antigos, ocorridos entre 1999 e 2001. No entanto, devido à mudança na legislação sobre crimes sexuais contra crianças e adolescentes, as vítimas desses episódios mais antigos não se beneficiam da nova contagem de prescrição.

Atuação da Igreja

A Arquidiocese de Belo Horizonte abriu uma investigação interna em 2021, após receber as denúncias. O processo canônico foi concluído e encaminhado ao Vaticano, que confirmou a decisão da Arquidiocese de afastar definitivamente o suspeito do ofício sacerdotal.

No entanto, o nome do ex-padre ainda constava em um catálogo da Arquidiocese publicado em janeiro deste ano, como capelão da penitenciária feminina. Após o questionamento, a Arquidiocese retirou o nome do documento.

Impacto e repercussão

A prisão do líder religioso causou grande comoção na comunidade e reabriu o debate sobre a importância de denunciar casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes. As investigações continuam em andamento, e a Polícia Civil de Tiros busca identificar outras possíveis vítimas e coletar mais provas para fortalecer o processo judicial.

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