Comerciante preso por suposta importunação sexual em São Gotardo é solto após audiência de custódia

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Comerciante preso por importunação sexual em São Gotardo é solto após audiência de custódia
Imagem Ilustrativa
Defesa afirma que prisão foi precipitada e celebra decisão judicial; advogada alerta para os riscos de condenações midiáticas sem provas

O comerciante de 56 anos preso em flagrante na última segunda-feira (19), em São Gotardo, sob suspeita de importunação sexual contra uma cliente, foi solto nesta quarta-feira (21) após audiência de custódia. A decisão favorável ao pedido de liberdade foi concedida pelo Poder Judiciário, que expediu o alvará de soltura em favor do investigado.

A defesa, representada pela advogada criminalista Doutora Aline Lopes, comemorou o resultado da audiência e reforçou, em nota oficial, que desde o início sustentava que não havia elementos suficientes que justificassem a manutenção da prisão. Segundo ela, a medida foi precipitada e desproporcional, diante da ausência de provas concretas.

Entenda o caso

O caso ganhou repercussão após uma mulher de 32 anos denunciar o comerciante por supostamente ter sido tocada sem consentimento e alvo de comentários de cunho sexual enquanto fazia compras em sua loja, no centro da cidade. Após a denúncia, o suspeito foi preso pela Polícia Civil de Minas Gerais e encaminhado ao sistema prisional.

A defesa, no entanto, afirma que a denúncia foi motivada por retaliação, após o comerciante se recusar a vender fiado para a cliente, conforme a política comercial da loja.

Nota oficial da defesa

Em nova manifestação, a defesa do comerciante voltou a defender sua inocência e destacou a importância da decisão judicial como um reconhecimento da falta de fundamento para a prisão. Confira a nota na íntegra:

NOTA

A defesa do comerciante preso injustamente vem a público informar que, como já era esperado, o pedido de liberdade formulado foi acolhido pelo Poder Judiciário, com a consequente expedição do alvará de soltura em favor do custodiado.

Desde o primeiro momento, esta defesa sustentou, com convicção e respaldo jurídico, que inexistiam elementos concretos que justificassem a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, tratando-se de medida desproporcional e precipitada diante do conjunto probatório.

Diante disso, impõe-se uma reflexão séria e responsável por parte da sociedade: até que ponto se pode atribuir valor absoluto à palavra isolada de uma mulher, quando esta não vem acompanhada de qualquer prova que a corrobore? A lógica jurídica exige mais do que alegações — exige evidências. E quando estas não existem, a prisão passa a ser não um instrumento de justiça, mas um mecanismo de injustiça e opressão.

É preciso, portanto, cuidado e responsabilidade na forma como denúncias são recebidas e veiculadas. O etiquetamento precoce e midiático de alguém como criminoso, com base em versões unilaterais e não comprovadas, pode arruinar irremediavelmente a vida de um inocente, em afronta direta ao princípio constitucional da presunção de inocência.

A defesa segue firme, confiante e vigilante na missão de assegurar que o Direito seja respeitado, que as garantias fundamentais sejam preservadas e que o nome e a honra de seu constituinte sejam devidamente restaurados.

Dra. Aline Lopes, Advogada Criminalista

O papel da imprensa em casos como este

O Portal Descubra reforça seu compromisso com a ética, o equilíbrio e a responsabilidade jornalística. Casos como este exigem ainda mais rigor, pois envolvem temas sensíveis, repercussão social e impactos profundos sobre a vida das pessoas envolvidas.

A imprensa precisa, acima de tudo, atuar com responsabilidade. Existem casos bons e ruins, denúncias sérias e também acusações injustas. O jornalismo sério não escolhe apenas as notícias boas para contar — ele cumpre o dever de informar, mesmo quando os fatos são duros, tristes ou polêmicos.

A imprensa não tem poder de julgamento, tampouco pode condenar. Não é seu papel. Seu dever é relatar, com base em fontes confiáveis e especialmente em documentos e informações já publicadas por instituições oficiais como a Polícia Civil, a Polícia Militar, o Ministério Público, o Poder Judiciário, entre outros órgãos competentes.

Toda história tem mais de um lado. E o bom jornalista vai atrás de todos eles.

O bom jornalista não copia e nem cola de outros portais e tampouco faz publicações em busca de likes e comentários. Também não inventa notícias e nem acusa falsamente: trabalha com fatos e responsabilidade.

As pessoas precisam ter controle emocional e evitar julgamentos precipitados ou justiceiros. Todas as notícias publicadas são baseadas em fontes oficiais, amplamente divulgadas em canais públicos como Polícia Civil, Polícia Militar, Ministério Público, Judiciário, entre outros.

Nem sempre o que se lê é o que se quer, e casos como o que está em discussão podem envolver qualquer pessoa, infelizmente. Por isso, mais do que nunca, é preciso equilíbrio, empatia e compromisso com a verdade.

Seguiremos acompanhando o caso e atualizaremos a população conforme novos desdobramentos ocorram.

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