O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, registrou alta de 0,43% em abril, após avançar 0,56% em março, conforme divulgado nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o indicador acumula alta de 5,53%, acima do teto da meta estipulada pelo Banco Central, que é de 3% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Os preços dos alimentos e dos medicamentos foram os principais responsáveis por pressionar o índice. O grupo Alimentação e Bebidas registrou aumento de 0,82% em abril, menor que o avanço de 1,17% em março, mas ainda assim com impacto relevante no índice geral. Entre os produtos que mais subiram estão a batata-inglesa (18,29%), o tomate (14,32%) e o café moído (4,48%). Por outro lado, a cenoura (-10,40%), o arroz (-4,19%) e as frutas (-0,59%) apresentaram quedas.
O grupo Saúde e Cuidados Pessoais teve o maior aumento, com alta de 1,18%, puxado pelos medicamentos, que subiram 2,32% após o reajuste autorizado pelo governo em 31 de março. Já o grupo Transportes registrou queda de 0,38%, refletindo a redução nos preços dos combustíveis.
Confira o resultado dos demais grupos pesquisados pelo IBGE:
- Habitação: 0,14%
- Artigos de residência: 0,53%
- Vestuário: 1,02%
- Despesas pessoais: 0,54%
- Educação: 0,05%
- Comunicação: 0,69%
A inflação de serviços, que inclui despesas como aluguel, alimentação fora de casa e transporte, acumulou alta de 6,03% em 12 meses até abril, sinalizando um cenário ainda desafiador para o controle de preços.
Analistas esperam que a desaceleração da economia, impulsionada pela política de juros elevados, contribua para um alívio nas pressões inflacionárias nos próximos meses. No entanto, a volatilidade dos preços dos alimentos e dos combustíveis, aliada ao cenário internacional, ainda impõe riscos ao controle da inflação no país.