Tecnologia e Infância: Por Que Limitar o Uso de Telas Antes dos 12 Anos?

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A cada dia que passa, a presença da tecnologia se torna mais marcante em nossas vidas, e isso inclui a rotina das crianças. Mas, será que a exposição precoce a smartphones e tablets é realmente benéfica para os pequenos? Especialistas em desenvolvimento infantil e psicologia infantil alertam para os riscos desse contato sem moderação, especialmente antes dos 12 anos. Compreender essas consequências é fundamental para garantir um crescimento saudável e equilibrado.

Um levantamento recente revela que os brasileiros passam, em média, 9 horas por dia conectados à internet em dispositivos móveis, como smartphones e tablets. Em muitos lares, crianças estão inclusas nessa estatística, utilizando aparelhos desde muito cedo. No entanto, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda cautela, pois o uso excessivo de telas na infância pode acarretar problemas significativos para o desenvolvimento infantil.

Como os Dispositivos Móveis Podem Afetar o Desenvolvimento Infantil?

O uso excessivo de smartphones e tablets pode impactar negativamente o desenvolvimento cognitivo, emocional e físico das crianças. A seguir, vamos explorar seis formas como isso acontece:

  1. Problemas de Desenvolvimento Cerebral
    Os primeiros anos de vida são cruciais para o crescimento cerebral. Entre 0 e 2 anos, o cérebro de um bebê triplica de tamanho, e a exposição precoce a dispositivos eletrônicos pode prejudicar esse processo. Pesquisas indicam que o uso de telas em excesso pode causar:

    • Déficit de atenção;
    • Atrasos cognitivos;
    • Distúrbios de aprendizado;
    • Aumento da impulsividade;
    • Redução da capacidade de controle emocional.
  2. Obesidade
    A inatividade física associada ao uso prolongado de eletrônicos aumenta o risco de obesidade infantil. Um estudo apontou que crianças que possuem aparelhos eletrônicos no próprio quarto têm 30% mais chance de serem obesas em comparação com aquelas que não possuem.
  3. Distúrbios de Sono
    O tempo excessivo em frente a telas pode interferir na qualidade e quantidade de sono. Crianças que usam dispositivos durante a noite frequentemente sofrem com insônia ou distúrbios do sono, o que pode impactar diretamente seu crescimento e desempenho escolar.
  4. Problemas Emocionais
    A superexposição a eletrônicos pode contribuir para o surgimento de distúrbios emocionais, como:

    • Ansiedade;
    • Depressão infantil;
    • Transtorno bipolar;
    • Psicose;
    • Comportamentos agressivos.

    A exposição a conteúdos inapropriados, como violência ou comportamentos inadequados, também é um fator preocupante, pois as crianças tendem a reproduzir aquilo que veem.

  5. Demência Digital
    Um termo recente, a “demência digital”, refere-se aos efeitos negativos causados pela utilização excessiva de conteúdos multimídia em alta velocidade, como déficit de atenção, problemas de memória e dificuldades de concentração. Essa condição pode ocorrer devido à redução das conexões neuronais no córtex frontal, a área do cérebro responsável pelo pensamento crítico e tomada de decisões.
  6. Isolamento Social e Falta de Habilidades Interpessoais
    Crianças que passam muito tempo interagindo com telas em vez de outras pessoas podem apresentar dificuldades para desenvolver habilidades sociais. A falta de interação humana durante a infância pode comprometer a capacidade de formar laços afetivos e sociais no futuro.

Quanto Tempo de Tela é Adequado?

Especialistas recomendam que o tempo de exposição às telas seja limitado e adaptado à idade da criança, sempre equilibrando com outras atividades que promovam o desenvolvimento físico e cognitivo, como brincadeiras ao ar livre, leitura e interações sociais. Confira as diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria para o uso de dispositivos por faixa etária:

  • Bebês (0 a 18 meses): A recomendação é evitar totalmente o uso de telas, exceto para videochamadas com familiares. A interação presencial com pais e cuidadores é essencial para o desenvolvimento emocional e cognitivo nesta fase.
  • Crianças de 2 a 5 anos: Limitar o tempo de tela a 1 hora por dia, com conteúdos educativos e acompanhados pelos pais ou responsáveis.
  • Crianças de 6 a 12 anos: Moderação é a palavra-chave. O ideal é que o tempo de tela recreativo não ultrapasse 2 horas por dia, priorizando o equilíbrio com atividades físicas e interações sociais.

Cuidado e Moderação

O acesso a smartphones e tablets pode proporcionar às crianças algumas vantagens, como contato com recursos educacionais e comunicação com familiares. No entanto, a chave está no uso consciente e na moderação. Pais e responsáveis devem estabelecer regras claras para o uso desses dispositivos, garantindo que eles não substituam as atividades essenciais para o desenvolvimento saudável das crianças.

Acompanhar de perto o que os pequenos assistem e como utilizam a tecnologia é fundamental para evitar problemas no futuro e assegurar que a infância seja uma fase de aprendizado, socialização e brincadeiras. Ao definir limites, você estará protegendo o bem-estar e o crescimento equilibrado do seu filho.

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