O governo dos Estados Unidos pediu, neste domingo (22), que a China intervenha junto ao Irã para impedir o fechamento do Estreito de Ormuz, uma das rotas mais estratégicas para o comércio global de petróleo e gás. A solicitação foi feita pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, durante entrevista ao programa “Sunday Morning Futures”, da Fox News.
O apelo acontece após veículos de imprensa do Irã informarem que o Parlamento iraniano aprovou uma medida para fechar o Estreito de Ormuz, por onde circula cerca de 20% do petróleo e gás consumido no mundo, como retaliação aos ataques dos Estados Unidos contra instalações nucleares.
“Eu incentivo o governo chinês, em Pequim, a contatá-los sobre isso, porque eles dependem fortemente do Estreito de Ormuz para seu petróleo”, afirmou Rubio.
Rubio classificou a possível decisão como um “erro terrível” e alertou que a medida seria “um suicídio econômico” para o Irã, destacando que o fechamento do estreito prejudicaria muito mais as economias de outros países do que a dos Estados Unidos.
“Temos opções para lidar com isso, mas outros países também deveriam estar considerando as consequências. Isso prejudicaria as economias de outros países muito mais do que a nossa”, acrescentou.
Risco de nova escalada
O secretário americano ressaltou que um bloqueio no Estreito de Ormuz representaria uma “escalada massiva”, que exigiria uma resposta dos Estados Unidos e também de outras nações impactadas.
A Embaixada da China em Washington não se manifestou de imediato sobre o pedido americano.
Ataques e tensões
As declarações de Marco Rubio ocorrem em meio à crescente tensão no Oriente Médio, após os Estados Unidos realizarem, no sábado (21), uma ofensiva de grande porte contra três instalações nucleares iranianas. Segundo autoridades americanas, a operação utilizou 14 bombas anti-bunker, mais de duas dezenas de mísseis Tomahawk e mais de 125 aeronaves militares, resultando na destruição das principais estruturas do programa nuclear do Irã.
O Irã, por sua vez, prometeu se defender. Rubio reforçou que qualquer tentativa de retaliação seria “o pior erro que já cometeram”, mas afirmou que os Estados Unidos estão dispostos a dialogar.