Irã lança mísseis contra base americana no Catar após ataques dos EUA

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Irã lança mísseis contra base americana no Catar após ataques dos EUA
Imagem: (REUTERS/Itay Cohen/Proibida Reprodução)

A tensão no Oriente Médio atinge novos patamares. O governo dos Estados Unidos emitiu um alerta de segurança mundial, orientando cidadãos norte-americanos no exterior a manterem “máxima cautela” diante do risco de represálias contra interesses dos EUA em diversos países.

O alerta, divulgado pelo Departamento de Estado, foi motivado pela escalada do conflito após os ataques dos Estados Unidos e de Israel contra instalações nucleares iranianas, que geraram interrupções em voos, fechamento de espaços aéreos no Oriente Médio e temor de uma nova guerra de proporções globais.

No comunicado, os EUA citam o risco de manifestações, violência e ações direcionadas contra cidadãos americanos no exterior, sem mencionar diretamente os bombardeios realizados no último sábado (21) contra as instalações nucleares iranianas em Fordow, Natanz e Esfahan.

Urânio fora de controle

Paralelamente, autoridades dos Estados Unidos e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) admitiram que não sabem onde está armazenado o urânio iraniano enriquecido a 60%, quantidade suficiente para fabricar até dez armas nucleares.

O material foi retirado das instalações nucleares dias antes dos bombardeios. Segundo a AIEA, o urânio foi visto pela última vez pelos inspetores no dia 10 de junho, pouco antes do início da ofensiva militar.

Informações de inteligência indicam que o volume, estimado em 400 kg, foi transportado em embalagens pequenas, capazes de caber no porta-malas de veículos, o que dificultou o rastreamento.

O chefe da AIEA, Rafael Mariano Grossi, afirmou que o órgão não tem mais informações sobre o paradeiro do material e solicitou que as equipes de inspeção sejam autorizadas a retornar com segurança ao Irã para avaliar a situação.

Irã responde com ataque ao Catar

Em resposta direta aos ataques americanos, o Irã lançou mísseis contra a base militar americana de Al-Udeid, no Catar, a maior instalação dos EUA no Oriente Médio. O ataque foi confirmado tanto pelas agências estatais iranianas quanto pelo próprio governo do Catar.

O governo iraniano afirmou que o número de mísseis utilizados foi equivalente ao número de bombas lançadas pelos EUA contra suas usinas nucleares, destacando que o alvo foi cuidadosamente escolhido para evitar danos à população civil do Catar.

O ministro das Relações Exteriores do Catar, Majed Al Ansari, condenou o ataque, classificando-o como uma “violação da soberania” do país e afirmou que o Catar “se reserva o direito de responder de maneira proporcional”.

Apesar da gravidade, o governo do Catar confirmou que não houve vítimas, uma vez que a base havia sido evacuada preventivamente devido às tensões crescentes na região. Segundo o governo, as defesas aéreas interceptaram parte dos mísseis lançados.

Crise internacional se agrava

O ataque à base americana ocorre em meio à crescente incerteza sobre o programa nuclear iraniano. Embora os Estados Unidos tenham declarado que o programa foi “obliterado”, tanto autoridades americanas quanto a AIEA reconhecem que o paradeiro do estoque de urânio enriquecido permanece desconhecido, aumentando o temor de proliferação nuclear.

A ofensiva militar contra o Irã começou no dia 13 de junho, quando Israel realizou ataques contra instalações militares e nucleares, acusando o país de estar próximo de desenvolver uma bomba atômica. O Irã nega, afirmando que seu programa tem fins pacíficos, dentro dos termos do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP).

A escalada levou à convocação de uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU e de um encontro extraordinário da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que pede o fim imediato dos combates e o retorno dos inspetores às instalações nucleares iranianas.

Enquanto isso, o Departamento de Estado dos EUA mantém o alerta global ativo, sinalizando que os desdobramentos da crise podem gerar consequências não apenas para o Oriente Médio, mas para a segurança internacional como um todo.

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