A crise no Oriente Médio deu mais um passo rumo a uma escalada preocupante. O Parlamento do Irã aprovou neste domingo (22) uma proposta para fechar o Estreito de Ormuz, rota por onde passa cerca de 20% de todo o petróleo comercializado no planeta. A medida, que ainda depende da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, é uma resposta direta aos ataques lançados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas.
Se for confirmado, o bloqueio deve provocar um choque no mercado global de energia. Analistas já projetam que o preço do barril de petróleo, que hoje gira em torno de US$ 77, pode disparar para até US$ 150 — um patamar que não era visto desde grandes crises energéticas globais.
Oriente Médio à beira de uma guerra
O fechamento do estreito é apenas uma das ações que Teerã ameaça adotar como parte de sua retaliação. A tensão cresceu rapidamente após os bombardeios americanos, na noite de sábado (21), que destruíram três centros nucleares iranianos, incluindo Fordow, Natanz e Esfahan.
Ao comentar os ataques, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, classificou a operação como um ato “ultrajante” e garantiu que seu país está disposto a usar “todos os meios necessários” para se defender.
“O Irã se reserva todas as opções para proteger sua soberania e seu povo. Esse comportamento dos EUA é ilegal, criminoso e extremamente perigoso para toda a comunidade internacional”, afirmou Araqchi em publicação nas redes sociais.
Além da ameaça de fechar o Estreito de Ormuz, o Irã já respondeu militarmente, lançando mísseis contra alvos em três regiões de Israel nas últimas horas.
Riscos imediatos à economia global
O mercado global de petróleo, que já vinha em alta diante da tensão entre Irã e Israel, reagiu com forte preocupação. Especialistas alertam que o bloqueio do Estreito de Ormuz poderá gerar uma crise no fornecimento de energia, provocar aumento nos preços de combustíveis, pressionar cadeias produtivas e gerar impactos em alimentos, transporte e na inflação global.
Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender os ataques, classificando-os como um “sucesso espetacular”, e afirmou que novas ofensivas serão lançadas caso o Irã insista em reagir.
A situação marca o ponto mais crítico nas relações entre Irã e Estados Unidos em quase quatro décadas, elevando o risco não apenas de um conflito regional, mas também de uma crise econômica global com efeitos diretos no bolso de consumidores em todo o mundo.