Em pronunciamento na noite deste sábado (21), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que, caso o Irã reaja militarmente aos bombardeios realizados contra suas instalações nucleares, os EUA estão preparados para realizar “ataques ainda maiores, muito mais fáceis e devastadores”.
Durante o discurso, Trump confirmou que as forças armadas norte-americanas destruíram completamente três importantes instalações de enriquecimento nuclear iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan. Segundo ele, o objetivo da operação foi eliminar a capacidade nuclear do Irã e conter o que chamou de “ameaça à segurança global”.
“Hoje à noite posso informar ao mundo que os ataques foram um sucesso militar espetacular. As principais instalações nucleares do Irã foram completamente destruídas. O Irã agora deve escolher: paz ou enfrentar ataques futuros, que serão ainda maiores e mais fáceis de executar”, declarou o presidente.
Parceria com Israel
Trump destacou que a operação contou com colaboração dos militares de Israel, país que também realizou bombardeios contra instalações militares e nucleares iranianas desde o início da ofensiva, em 13 de junho.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reforçou o apoio às ações dos Estados Unidos e disse que os ataques continuarão “pelo tempo necessário para eliminar qualquer ameaça existencial”.
“Os ataques continuarão até que possamos afastar definitivamente a ameaça de aniquilação. Esta é uma missão de sobrevivência”, afirmou Netanyahu em comunicado.
Contexto do conflito
O conflito teve início após um ataque surpresa de Israel ao Irã no dia 13, sob a acusação de que o país persa estaria próximo de desenvolver uma arma nuclear. O Irã nega a acusação e defende que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos, dentro dos termos do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), do qual é signatário.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) vinha cobrando maior transparência do Irã, embora não tenha confirmado a existência de um projeto de bomba atômica no país. Por sua vez, o governo iraniano acusa a agência de atuar sob “interesses políticos das potências ocidentais”, que têm apoiado Israel na escalada do conflito.
Em março, o próprio setor de Inteligência dos Estados Unidos havia apontado que o Irã não estava desenvolvendo armas nucleares, informação que agora é contestada pelo presidente Trump para justificar os ataques.
Contradições e tensões
Enquanto exige que o Irã não avance em seu programa nuclear, Israel nunca reconheceu oficialmente possuir armas nucleares, embora diversos relatórios e estudos ao longo das décadas indiquem que o país mantém um arsenal estimado em cerca de 90 ogivas atômicas, desenvolvidas desde os anos 1950.
Com a ameaça de novos ataques, a crise no Oriente Médio entra em uma fase ainda mais delicada, elevando os temores de uma guerra de grandes proporções, com consequências imprevisíveis para toda a região e para o mundo.