O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, declarou estar “gravemente alarmado” com os ataques realizados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã, na noite deste sábado (21). Guterres fez um apelo urgente para que os países membros da ONU atuem imediatamente na redução da tensão e alertou que o mundo corre risco de enfrentar consequências “catastróficas”.
Em comunicado oficial, o chefe da ONU classificou a ofensiva americana como uma “escalada extremamente perigosa” em uma região que já vive em constante instabilidade. Para ele, os ataques representam uma ameaça direta à paz e à segurança internacionais.
O secretário-geral reforçou que não há solução militar possível e destacou que o caminho deve ser a diplomacia. Guterres apelou aos Estados-membros para que “cumpram suas obrigações conforme a Carta da ONU e o direito internacional”, evitando que a crise evolua para uma situação fora de controle.
Ataque às instalações nucleares
O ataque ocorreu na noite de sábado (21), quando aeronaves dos Estados Unidos bombardearam três importantes instalações nucleares no Irã: Fordow, Natanz e Esfahan. Segundo o próprio presidente americano, Donald Trump, os bombardeios foram “muito bem-sucedidos”, e todas as aeronaves retornaram sem entrar novamente no espaço aéreo iraniano.
De acordo com informações divulgadas por agências internacionais, as autoridades iranianas confirmaram os bombardeios, mas afirmaram que as instalações estavam previamente esvaziadas.
O complexo de Fordow, um dos principais alvos, abriga uma instalação subterrânea equipada com milhares de centrífugas para enriquecimento de urânio, sendo considerado um dos pontos mais sensíveis do programa nuclear iraniano.
Risco de guerra global
Guterres alertou que há um risco crescente de que o conflito saia rapidamente do controle, com impactos devastadores não apenas para a região do Oriente Médio, mas também para todo o mundo.
“É um momento extremamente perigoso, no qual é fundamental evitar uma espiral de caos”, afirmou o secretário-geral, que voltou a defender o diálogo como “única esperança para alcançar a paz”.