O governo de Israel acusou o Irã de violar o cessar-fogo que teria sido firmado entre os dois países e anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na noite de segunda-feira (23/6). Segundo Israel, o Irã manteve os disparos de mísseis durante a madrugada desta terça-feira (24/6), descumprindo o acordo.
Diante da situação, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ordenou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) realizem um “ataque poderoso e intenso” contra alvos do regime iraniano no coração de Teerã.
Israel confirma cessar-fogo, mas denuncia violação
Após o anúncio feito por Trump nas redes sociais, Israel havia confirmado que aceitaria o cessar-fogo, alegando ter “atingido os objetivos” dos ataques anteriores contra o Irã. Segundo o governo israelense, as operações recentes provocaram “danos severos à liderança militar do Irã, destruíram dezenas de alvos governamentais e eliminaram centenas de agentes da milícia Basij, além de um cientista nuclear sênior”.
Apesar da adesão inicial, Israel informou que, durante a madrugada, detectou o lançamento de mísseis iranianos, o que levou à ativação do sistema de defesa antimísseis e à orientação para que a população buscasse abrigos.
Irã nega disparos
A mídia estatal do Irã respondeu às acusações, negando que tenha realizado disparos de mísseis após o início do cessar-fogo. O governo iraniano havia condicionado sua adesão ao acordo ao fim dos ataques israelenses até as 4h da manhã, no horário de Teerã.
Explosões em Teerã e novas ordens de evacuação
Logo após o anúncio do cessar-fogo, moradores de Teerã, Karaj e Rasht relataram ouvir fortes explosões durante a madrugada, segundo relatos da imprensa internacional. As Forças de Defesa de Israel emitiram três ordens de evacuação para diferentes distritos da capital iraniana.
Por outro lado, após as 4h da manhã, as explosões pareceram cessar, segundo informações de residentes locais.
Crise diplomática e tensão militar
O episódio ocorre horas depois de um aparente avanço diplomático, que teve a participação do primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, como mediador do cessar-fogo. Mais cedo, o Irã também havia atacado a base americana de Al-Udeid, no Catar, como retaliação aos bombardeios dos EUA contra suas instalações nucleares no fim de semana.
O governo do Catar condenou publicamente o ataque iraniano, classificando a ação como “violação da soberania do país e do direito internacional”, apesar de confirmar que não houve feridos e que os mísseis foram interceptados.
Próximos passos
A situação no Oriente Médio volta a um ponto crítico. Israel promete um novo ataque de grande escala, enquanto o Irã, por meio de seus canais oficiais, nega ter descumprido o cessar-fogo.
Até o momento, não há confirmação oficial sobre o cancelamento do acordo, mas os sinais indicam uma nova escalada no conflito, que já dura 12 dias e envolve diretamente Israel, Irã, Estados Unidos e, indiretamente, outros países da região.