O governo da Rússia emitiu um alerta nesta quinta-feira (19) sobre os riscos de uma possível catástrofe nuclear, caso a usina de Bushehr, no Irã, seja alvo de bombardeios. A instalação, localizada na costa do Golfo Pérsico, é a única usina nuclear em operação no território iraniano e foi construída com auxílio russo. O local ainda conta com dezenas de técnicos e especialistas russos em atividade.
A preocupação surgiu após um porta-voz militar de Israel declarar que o país havia realizado um ataque contra a usina nuclear iraniana. Pouco tempo depois, as Forças de Defesa de Israel recuaram, afirmando que a declaração foi um erro e que não poderiam confirmar nem negar se a instalação havia sido atingida.
Autoridades russas alertaram que qualquer ofensiva contra a usina de Bushehr pode provocar uma catástrofe comparável ao desastre nuclear de Chernobyl, ocorrido em 1986. A preocupação também se estende a países árabes da região, que temem os efeitos de uma possível dispersão de material radioativo, caso a instalação sofra danos.
Entidades internacionais que monitoram segurança nuclear avaliam que um ataque à usina poderia resultar na liberação de radiação, com impactos ambientais e riscos à saúde pública em larga escala, afetando principalmente os países banhados pelo Golfo Pérsico.
De acordo com informações divulgadas pela mídia estatal russa, especialistas russos que trabalham na usina começaram a ser retirados por medidas de segurança. O governo russo afirmou estar monitorando de perto a situação e demonstrou preocupação com um possível envolvimento militar dos Estados Unidos no conflito.
O alerta russo ocorre em meio à escalada da guerra entre Irã e Israel, que intensificaram os ataques aéreos nos últimos dias. A tensão aumentou após um míssil lançado pelo Irã atingir um hospital na cidade de Soroka, no sul de Israel, deixando ao menos 71 pessoas feridas.
O episódio gerou uma reação imediata das autoridades israelenses, que prometeram retaliações contra Teerã. O governo israelense também afirmou que pretende cobrar um “preço alto” dos responsáveis pelos ataques, elevando ainda mais o nível do conflito.
O cenário é de preocupação global, especialmente diante dos riscos que qualquer ataque contra instalações nucleares representa não apenas para os países envolvidos, mas para toda a região do Oriente Médio.