Minas Gerais decreta emergência sanitária animal após confirmação de gripe aviária em aves ornamentais

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Minas Gerais decreta emergência sanitária animal após confirmação de gripe aviária em aves ornamentais
Medida publicada em edição extra do Diário Oficial tem validade inicial de 90 dias e busca conter disseminação da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade no estado

O governo de Minas Gerais decretou, nesta terça-feira (27), situação de emergência sanitária animal em todo o estado devido ao risco de disseminação da gripe aviária. A medida foi oficializada em uma edição extra do Diário Oficial após a confirmação de um foco da doença em aves ornamentais no município de Mateus Leme, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o foco foi identificado em um cisne negro e dois gansos mantidos em um sítio particular. O caso foi confirmado após a morte dos animais, ocorrida em 16 de maio. Os exames laboratoriais apontaram a presença do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).

O decreto, assinado pelo governador Romeu Zema (Novo), estabelece a validade de 90 dias, prorrogáveis caso necessário. “As medidas de monitoramento, as ações preventivas e a análise de riscos da IAAP serão realizadas em cooperação com o setor privado e o poder público”, afirma o texto oficial.

Segundo o vice-governador Mateus Simões (Novo), o contágio provavelmente ocorreu pela passagem de aves migratórias. Em vídeo enviado à imprensa, Simões reforçou que “todas as providências estão sendo tomadas” e tranquilizou a população: “Não há qualquer risco no consumo de carne ou ovos”.

Monitoramento e prevenção

A Prefeitura de Mateus Leme informou que todas as pessoas que tiveram contato com os animais estão sendo monitoradas por dez dias, como medida preventiva. “Quero tranquilizar a população que não existe risco comunitário”, declarou o prefeito Renílton Coelho (Republicanos). Ele também garantiu que não há impacto nas granjas locais, já que a atividade avícola não tem relevância econômica significativa no município.

O caso é o segundo registro de gripe aviária em Minas Gerais. Em 2023, um pato de vida livre também foi diagnosticado com Influenza Aviária, porém de baixa patogenicidade (H9N2). Agora, trata-se de um vírus mais agressivo, que pode causar altas taxas de mortalidade entre aves.

Em nota, o governo estadual informou que a resposta ao caso integra o Plano de Contingência da Influenza Aviária, elaborado em 2022 em conjunto com o governo federal e o setor produtivo. As ações envolvem:

  • Monitoramento e vistoria de criatórios de subsistência;

  • Adoção de medidas de biosseguridade nas granjas;

  • Educação sanitária;

  • Vigilância epidemiológica em áreas de risco.

Impactos econômicos e comerciais

Minas Gerais é o segundo maior produtor de ovos e o quinto em criação de galináceos do Brasil. O estado já havia descartado 450 toneladas de ovos por precaução, após confirmação de foco da doença no Rio Grande do Sul, onde surtos foram registrados em uma granja comercial de Montenegro e no zoológico de Sapucaia do Sul.

O avanço da gripe aviária preocupa o setor avícola brasileiro. Após os registros no Sul do país, mais de 40 países, incluindo China e membros da União Europeia, impuseram embargos à carne de frango brasileira. A China, maior importadora, comprou 562 mil toneladas em 2024, o que representa quase 18% das exportações totais.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil exportou 5,16 milhões de toneladas de carne de frango em 2024, gerando US$ 9,93 bilhões em receita. O governo federal espera reverter os embargos após a desinfecção das áreas afetadas e o cumprimento do protocolo de 28 dias sem novos focos.

Segurança alimentar

O governo mineiro e o Mapa reforçam que a gripe aviária não é transmitida por meio de alimentos devidamente cozidos. O risco de infecção humana é considerado baixo, ocorrendo, geralmente, apenas em pessoas com alta exposição ao vírus ou baixa imunidade.

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